O Recomeço é um Espetáculo à Parte
É janeiro. As cortinas se abrem para mais um ato da nossa vida.
O início de um novo ano é sempre carregado de um misto de emoções: expectativa, ansiedade, esperança. É como o primeiro “oito” de uma coreografia que acabamos de aprender, com seus desafios, ajustes e a promessa de algo incrível à frente.

Para quem vive da e para a dança, essa sensação é familiar. Todo grande momento no palco começa muito antes do abrir das cortinas. Começa na preparação meticulosa, no estudo cuidadoso, nos ensaios intensos e até mesmo na pausa necessária para refletir. Este ano, que mal começou, já estou vivendo exatamente isso: uma fase de organização e planejamento, cheia de desafios, mas também repleta de entusiasmo pelo que está por vir.
Na dança, aprendemos cedo que o espetáculo não acontece por acaso. Há o trabalho invisível que poucos vêem, mas que faz toda a diferença: o estudo do conteúdo, a revisão da técnica, a escolha dos passos, a composição da música. Todo “movimento” (no mais amplo sentido da palavra) é pensado com cuidado, cada ensaio é uma pequena conquista.
A vida, de certa forma, segue esse mesmo ritmo. O que é visível aos olhos é apenas o resultado de muito preparo e dedicação.
Ao planejar o ano, sinto como se estivesse criando uma grande coreografia. É preciso escolher os passos certos, equilibrar os elementos e, ao mesmo tempo, manter a abertura para improvisar quando o inesperado surgir. É desafiador, claro, mas também incrivelmente estimulante. Cada detalhe planejado carrega em si a esperança de que o que está sendo construído é maior do que qualquer obstáculo no caminho.
Neste momento, estou imersa em estudos e organização. Tenho pensado muito em como a disciplina que aprendi na dança se reflete em outras áreas da minha vida. A prática constante, o cuidado com cada movimento, a busca pela perfeição (ou pelo menos pela melhor versão de si mesmo) é algo que vai além do palco. E é uma lição que acredito que todos podem levar para suas próprias jornadas.
Gosto de pensar que o ano que se inicia é como um palco vazio, pronto para ser preenchido com as histórias que queremos contar.
Cada um de nós é um coreógrafo, um bailarino e também um espectador da própria vida. Temos a chance de criar algo único, algo que nos mova e que inspire aqueles ao nosso redor.
Talvez você esteja se sentindo desafiado com tudo o que precisa organizar e realizar. Talvez as listas de tarefas pareçam intermináveis. Se for o caso, lembre-se de que até mesmo os momentos mais grandiosos começam com pequenos passos. Não subestime o poder de uma boa preparação. Permita-se recomeçar quantas vezes forem necessárias. Afinal, a cada ensaio, ficamos mais prontos para o espetáculo.
Neste ano, minha esperança é que possamos todos dançar com mais leveza, mesmo nos momentos mais difíceis. Que possamos lembrar que a beleza da dança (e da vida) não está apenas no resultado final, mas em cada movimento, em cada tentativa, em cada ESCOLHA que nos leva adiante.
Que 2025 seja um espetáculo digno de aplausos! E que, nos bastidores, nunca nos esqueçamos de celebrar o processo tanto quanto celebramos a estreia.